sexta-feira, 12 de junho de 2015

Câmara mantém voto obrigatório; veja a votação Sugestão de reforma política foi rejeitada por 311 votos a 134. Com o resultado, mantém-se facultativo o alistamento eleitoral para analfabetos, pessoas com mais de 70 anos e eleitores com idade entre 16 e 18 anos


  

Deputados rejeitaram, por 311 votos a 134, a proposição que pretendia
 pôr fim à obrigatoriedade do voto em eleições no país. A sugestão foi 
apresentada pelo líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), à 
proposta de emenda à Constituição que promove areforma política no
 Congresso (PEC 182/07, que teve origem no Senado) e é capitaneada 
pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Com a rejeição do texto de Picciani, mantém-se na Constituição o voto e
 o alistamento eleitoral obrigatórios para maiores de 18 anos. Da mesma 
forma, continua facultativo na Carta Magna o alistamento para analfabetos, 
pessoas com mais de 70 anos e eleitores com idade entre 16 e 18 anos.
DEM, PPS e PV se posicionaram a favor do voto facultativo, apoiando o texto 
de Picciani. Apenas o PMDB liberou sua bancada, deixando seus representantes
 livres para votar como bem decidiram, ao passo em que todos os demais partidos
 defenderam a manutenção do voto obrigatório no Brasil.
Argumentação
Mesmo tendo liberado sua bancada, Picciani apelou aos pares com o argumento 
de que o eleitor deve decidir se quer votar. “Mais vale um pleito com eleitores que 
se mobilizaram e que criam afinidade com um partido, com uma proposta, com um 
candidato, do que uma massa que vai obrigada às urnas, sem ter formado opinião
 sobre as propostas e os candidatos”, discursou o líder peemedebista.
Por seu turno, o líder do Psol, Chico Alencar (RJ), argumentou ser um equívoco
 acreditar que o voto facultativo eliminaria a compra de voto e os chamados
 currais eleitorais – influência de lideranças políticas locais junto ao eleitorado 
dos respectivos redutos. “É melhor manter o sistema como está, até porque a 
experiência de outros países que adotam o voto facultativo mostra que há prevalência
 do poder econômico”, observou Chico. “Quem não quiser participar das eleições
 paga a multa irrisória, e a vida segue.”Já o deputado Sandro Alex (PPS-PR) lembrou
 que a obrigatoriedade do voto já deixou de ser aplicada em mais de 200 países. 
“Em pouco mais de 20 países o voto é obrigatório, entre os quais o Brasil. Mas por
 que a legislação obriga a presença do cidadão na urna?”, ponderou Alex, acrescentando
 que o alistamento eleitoral já garante a inscrição do eleitor nos pleitos. “A ausência na 
urna deve ser uma opção do cidadão.”
Congresso em Foco


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.