sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Um golpe de (da) morte na candidatura Dilma?


O trágico acidente de Eduardo Campos reembaralhou as cartas da disputa eleitoral. Mas, paradoxalmente, potencializou sua chapa, de uma forma que acordos políticos em vida jamais conseguiriam fazer.
Também acho, como o próprio Eduardo achou, que a entrevista ao Jornal Nacional nesta 3ª feira era o start de uma campanha eleitoral de sucesso. Até onde chegaria, jamais saberemos. Mas o fato é que os (fortes) componentes da sua candidatura – incluindo sua habilidade de conversar tanto com “as ruas” quanto com caciques da economia, e o forte cacife eleitoral e de credibilidade social trazido por sua vice, Marina Silva – andavam esbarrando em dois obstáculos.
De um lado, a dificuldade, mesmo com o cansaço absoluto do país com o chamado fla-flu, em romper a captura política pela ordem dicotômica do embate entre PT e PSDB. De outro, os choques entre o pragmatismo do PSB (na verdade um saco de gatos, unificado pelo carisma de Eduardo) e o principismo “ranzinza” de Marina.
Dá para entender porque Marina torpedeou, sem sucesso, acordos locais como os do PSB em São Paulo (com Alckmin, do PSDB) e no Rio (com Lindbergh, do PT). Mas também dá para entender porque o PSB considerava que a pretensão de purismo das estratégias marinistas não agregava ao partido.
Para chegar a vice de Eduardo, Marina passou antes por um erro político grave – e por um acerto surpreendente, naquele que seria seu momento mais baixo: a recusa da justiça eleitoral em registrar seu partido, a Rede, em outubro de 2013. O erro foi não surfar nas manifestações de 2013. Se Marina desse uma única entrevista, como evangélica, no auge da crise da indicação do pastor Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmera dos Deputados, defendendo com clareza o estado laico, se projetaria como a liderança nova que ela pretende ser. Marina seria heroina nas manifestações de junho.

PSB convoca reunião para decidir candidato à Presidência

O presidente do PSB, Roberto Amaral, convocou para quarta-feira (20) uma reunião da executiva nacional do partido para decidir se a legenda terá candidato a presidente da República e quem será o substituto de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo, em Santos, na quarta-feira. O nome mais forte é o da ex-ministra Marina Silva.
"A tendência é o partido ter candidato", disse Amaral aoBroadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado. A reunião será realizada em Brasília. Amaral informou ainda que na terça-feira (19) haverá uma missa, em Brasília, para homenagear Campos e os outros seis mortos no acidente.
O grupo majoritário do PSB defende a confirmação de Marina como nome do partido ao Palácio do Planalto, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta-feira. Os dirigentes e líderes da legenda, no entanto, querem em troca garantias da candidata a vice. Pedem, por exemplo, que ela não ataque as alianças políticas estaduais costuradas pela cúpula.
Após a morte de Campos, Marina está reclusa em sua casa em São Paulo e não tem falado sobre a sucessão presidencial. A interlocutores, a ex-ministra diz estar de luto e que não vai tratar de questões eleitorais nos próximos dias. De acordo com a legislação eleitoral, o PSB tem dez dias, a partir da data da morte de Campos, para apresentar o novo candidato à Presidência. Os programas de TV dos partidos, no entanto, começam na próxima terça.
Yahoo Noticias

Marina quer Renata Campos como vice, diz revista piauí

Renata Campos, viúva de Eduardo Campos

De acordo com informações da repórter Daniela Pinheiro, da revista piauí, Marina Silva quer que Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, seja sua vice-presidente caso sua candidatura seja anunciada (leia a matéria na íntegra clicando aqui). Após carta da família de Campos reiteando a vontade de que a vice substitua o candidato morto, a possibilidade de Marina se candidatar cresceu consideravelmente.
Na última vez em que foi citada em pesquisa realizada pelo Datafolha, em abril deste ano, Marina Silva possuia 27% das intenções de voto. Para efeito de comparação, Aécio Neves, do PSDB, nunca atingiu tal patamar em pesquisas recentes, mesma situação de Eduardo Campos, que foi oficializado em maio como candidato do PSB.
A apreensão de petistas e tucanos é em relação à pesquisa que será divulgada pela Folha de S.Paulo na próxima segunda-feira. Nela o nome de Marina voltará à cédula, o que fará com que possa ser avaliada a força de seu nome. As informações dão conta de que antes do velório e do enterro de Campos nem PSB e nem Marina tomarão posição oficial sobre a possível candidatura.