segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Marina capta voto de indecisos e pode crescer mais, mostra pesquisa

A presidenciável Marina Silva
A pesquisa Datafolha divulgada hoje (18), a primeira feita após a morte de Eduardo Campos, e que mostra Marina Silva com 21%, Aécio com 20% e Dilma com 36%, revelou, de imediato, que Marina ocupa um espaço que estava vazio no cenário eleitoral e que se refletia no elevado número de indecisos e nulos. Com a entrada de Marina, o percentual de eleitores que votariam branco/nulo ou estavam indecisos despencou de 27% para 17%.

Comparando a pesquisa atual do Datafolha com a última realizada pelo instituto com o nome de Marina, em abril, se vê que a candidata pode crescer mais. Em abril, 27% afirmaram que votariam em Marina (depois de abril, com a oficialização da candidatura de Eduardo Campos, o nome dela não mais entrou nas pesquisas). Com baixa rejeição, a candidata tem potencial para retomar esse patamar de abril, o que não apenas levaria a disputa para o segundo turno como pode tirar da disputa o tucano Aécio Neves. 

Marina incomoda tanto o PT (segundo a pesquisa ela ganha de Dilma no segundo turno) como o PSDB, que pode ser atropelado na reta final.
Caso mantenha o seu perfil eleitoral que se desenhou em 2010, quando disputou a presidência e ficou com 19,33% dos votos, Marina Silva tem sua maior potência eleitoral entre as mulheres, jovens, os eleitores de renda mais elevada e aqueles que moram nas regiões Sudeste e Norte do país. São nesses segmentos que Marina tem seu maior potencial.

Na véspera do início do horário político na TV (amanhã), o perfil do eleitor de Marina é uma pista para saber onde ela pode incomodar mais seus adversários.

São justamente entre mulheres, jovens e no Sudeste que Dilma tem seu desempenho mais vulnerável. Ou seja: nestes segmentos e região Dilma tem, comparativamente, um desempenho pior do que sua média geral. Até aqui, os votos no Nordeste e entre eleitores de menor renda (0 a 2 mínimos, que são a maioria do eleitorado), vinham segurando os índices de pesquisa para Dilma. Em tese, a entrada de Marina na disputa tem chances menores de mexer nessa “base”, onde a influência da candidata do PSB é comparativamente menor. Mas como eleição não é uma ciência exata, nunca se sabe. 

Já Aécio também pode perder em faixas de eleitorado nos quais tem bom desempenho, ou seja, entre eleitores do Sudeste e de renda mais alta. Justamente onde Marina tem sua influência mais forte. Caso o tucano não melhore o desempenho no Nordeste e entre eleitores de menor renda (o maior desafio das oposições desde o início), o desgaste do “fator Marina” poderá ser decisivo.

Mas como disse a escritora Simone de Beauvoir: é preciso saber aguardar a simplicidade dos fatos.
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Blog do Rogério Jordão
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