domingo, 2 de janeiro de 2011

Ex-secretário Marcos Ubiratan envia relatório a Aracilba Rocha. Dados são sigilosos e governo Maranhão admite que deixa dívida de R$ 284 milhões

O secretário das Finanças do Governo Maranhão III, Marcos Ubiratan, encaminhou ontem à engenheira Aracilba Rocha, que responderá pela Pasta a partir de amanhã, um relatório sigiloso sobre as dívidas deixadas pelo atual governador. Segundo uma fonte governista, o documento aponta um débito de R$ 284 milhões relativo aos órgãos da administração direta. Além disso, o texto em poder de Aracilba diz que José Maranhão (PMDB) não deixou qualquer dinheiro no caixa do Estado.

Apesar da sombria perspectiva apontada pelo secretário de Finanças, os auxiliares da área econômica de Ricardo Coutinho (PSB) acreditam que a situação é ainda pior. As estimativas feitas pela equipe apontam um déficit financeiro da ordem de R$ 800 milhões, incluindo a falta de quitação de convênios, que eram celebrados diretamente pelas secretarias, sem passar pela Pasta das Finanças. É o caso, por exemplo, do pagamento de gratificações por produtividade, feitas pela Secretaria de Saúde e que teriam sido negadas no mês de dezembro a todos os prestadores de serviço que recebiam pelo SUS.

Há, ainda, dívidas com construtoras e a falta de recolhimento referentes ao mês de dezembro de contribuições ao INSS e FGTS. Os valores teriam sido descontados dos contracheques dos funcionários, mas não teriam sido repassados aos órgãos credores, o mesmo acontecendo com convênios de saúde e outros benefícios cujas taxas foram implantadas direto no contracheque dos servidores. Com informações do parlamentopb.

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Ricardo Coutinho faz discurso forte, toca em muitos temas e diz que ¨as ilicitudes acabam aqui¨




Ao tomar posse na tarde deste sábado (1º), em João Pessoa, o governador Ricardo Coutinho (PSB) foi enfático: "A politica dos grupilhos, dos atalhos, dos jeitinhos e das ilicitudes acaba aqui e agora. Fica pois, decretado, como primeiro ato governamental, o restabelecimento do Estado democrático de direito com o poder popular na Paraíba".

Ricardo Coutinho também anunciou que extinguirá privilegios, suspenderá contratos nocivos ao interesse do Estado e economizará para sobrar dinheiro para as atividades mais próximas das necessidades reais da popoulação paraibana.

Ele também anunciou que implantará uma gestão baseada em metas sociais, que permitirão que cada pessoa que esteja com responsabilidades no governo seja avaliada e cobrada, visando a melhorar a administração pública. "Isso será construido conforme a nossa realidade e aprenderemos nossos erros e acertos, mas a balança terá de ser positivada", acrescentou.

No início da cerimônia, o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Marcelo, proclamou a posse do Governador e do vice, ao que se seguiu a assinatura do livro de posse pelas duas autoridades.

Veja a íntegra o discurso do novo governador:

Presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ricardo Marcelo Paraibanos, companheiros... Chegamos! O que antes foi regado em múltiplos sonhos, hoje transborda numa mesma realidade: o povo chegou ao poder. A sociedade que ajudamos a construir e projetar ao longo das últimas décadas ganha, a partir deste momento, o formato concreto do que ousamos pensar e agir em conjunto, em instantes de euforia ou descrenças, com o ardor dos descontentes e esperançosos. Todos nós, portanto, assumimos hoje o papel que decidimos escrever para nossa própria história. Fazendo a hora, não esperando acontecer. Encerramos um ciclo de lutas e esperanças e iniciamos outro. Inevitavelmente menos doloroso, mais prazeroso e eficaz. Assumo, aqui e agora, a honrosa condição de governador do Estado da Paraíba, cargo ao qual humildemente me invisto, convicto e ancorado ao desejo da maioria do povo paraibano em unir mentes, braços e corações, na construção de tempos mais justos e solidários; mais democráticos e tolerantes; mais desenvolvimentistas e sustentáveis. Mais humanos, em resumo. Assumo, mas à mesa das decisões estará sentado ao meu lado, ombro a ombro, o bravo e sofrido povo paraibano e suas representações institucionais. Juntos, iremos transformar este Estado para muito melhor do que já demonstra ser potencialmente. Desse foco não irei me afastar um milímetro, sob pena de comprometer o equilíbrio necessário para atender, de forma equânime, às exigências e representações setoriais. Não podemos esquecer que uma sociedade é composta por outras esferas além das carcomidas égides das elites. A população tem sua própria lógica, sua própria força e mobilização. É fundamental que isso seja respeitado e aplicado. Todos os segmentos sociais devem - e terão - o espaço adequado para a implantação de novas formas de governar e partilhar atitudes, ações e prioridades. Foi assim que as urnas disseram que deveria acontecer. E assim será. 01 Assumo, mas ao meu lado, mesa a mesa, estarão as forças políticas aliadas que, de forma madura e refletida, entenderam - e entendem - que o futuro da Paraíba só poderá ser erguido sob um novo pacto social, onde os partidos e a classe política deverão se alinhar acima dos interesses corporativos, em benefício generalizado e permanente. A revitalização de métodos, posturas e desempenhos será a ferramenta mestra na condução e enraizamento social da máquina estatal, cujo zelo nos é imposto pela vida e pela sábia voz das urnas. Ouviremos e ecoaremos essas vozes. Assumo, mas ao meu lado, mente a mente, estarão as representações da sociedade civil organizada, energizando e reciclando serviços e políticas públicas, integrando e incluindo variados setores da população, cansados de descompromissos e embustes oficiais. As universidades, as empresas, as associações, sindicatos, ONGs e todo o conjunto pensante e produtivo da Paraíba será convocado a congregar esforços para alavancar, de uma vez por todas, em profícua parceria, as melhorias ansiadas pela população. Assumo, mas ao meu lado, suor a suor, estarão aqueles que transpiraram e se emocionaram ao longo dessa jornada árdua, lapidadora de brios e afetos, iniciada ainda na efervescência estudantil, nos embates sindicais e nas representações parlamentares. Mãe, irmãos e irmãs, filhos, tios e tias, primos e primas, sobrinhos e sobrinhas, vizinhos e vizinhas, amigos e amigas, auxiliares e parceiros, todos e todas, estarão comigo em pensamentos, referências, atos ou conselhos. Os limites do governante não se aplicam ao companheiro. Que as inevitáveis ausências prolongadas, ao invés de desatar, apertem os nós das convivências atemporais. Essa conquista, mútua e eterna, não será pulverizada por atropelos de qualquer monta. Somos sólidos e suaves, como o ar que respiramos. 02 Assumo, mas ao meu lado, byte a byte, estarão plugados os integrantes da nova ordem tecnológica, ajudando a criar e espalhar, de casa para o mundo, a democracia digital e suas redes sociais de compartilhamento. Com os internautas, jovens ou maduros, essencialmente éticos e solidários, um e-governo tem início para que as oportunidades proporcionadas pelo espaço virtual sejam disseminadas para o aperfeiçoamento e crescimento da sociedade real. Assumo, mas ao meu lado, grito a grito, estará a enraizada, incansável e alegre militância girassol. Homens, mulheres e crianças, gente anônima e notória, comprometida apenas com vontades e convicções, que sempre soube fazer do debate aberto e do argumento firme a força motriz que nos levaria, passo a passo, voto a voto, a semear um tapete de flores por toda a Paraíba, em substituição ao tronco seco e ao espinho venenoso. Serão com eles que iremos contar na hora de defender o Estado. Serão eles a nos dar força e coragem inquebrantáveis na proteção de tudo o que é público. O pólen renovador dos girassóis vem substituindo, brisa a brisa, a poeira sufocante da aridez política. Terra, semente, água, sol e suor. O poeta Antonio Heliton de Santana, de Santa Rita, traduz bem essas sensações, através do poema “Bendito Fruto de Nossas Mentes”, concebido um dia após a vitória dos girassóis e dedicado a todos e todas que se engajaram nessa caminhada. Atentem ao que diz a voz do povo, através da arte: 03 “Um deserto Um oásis Sombra de ipês amarelos Canteiro de girassóis Poço de suor doce Sinfonia de canários Uma lua cheia À boca da noite À caravana da esperança Investidas de raposas Momento de revitalização Ataques de cascavéis Um mutirão de semeadores Um campo de girassóis Nascente e poente Projeto popular Adesão transformadora Conquista ética Um estado de graça Frutos e grãos Colheita Festa Grãos e frutos Semeadura” 04 Companheiros jardineiros, um extenso e fértil roçado nos espera! Assumo, mas ao meu lado, rua a rua, praça a praça, estará o povo de João Pessoa, régua e compasso na construção do templo da democracia. Foi com meus conterrâneos que aprendi tudo que sei e fiz tudo o que pude. Meu porto seguro, a capital de todos os paraibanos deverá continuar a seguir pela trajetória determinada por seus habitantes, desde 2005, quando assumimos a Prefeitura Municipal. Aos cidadãos e cidadãs, aos companheiros e companheiras que estiveram comigo no comando da cidade - e que agora seguem seus próprios caminhos, liderados por um dos principais arquitetos desse monumento da cidadania, o prefeito Luciano Agra -, conclamo a mesma generosidade em apresentar soluções, apontar deslizes e compartilhar êxitos. Se chegamos até aqui, foi porque essa gente sonhou, lutou, conquistou e sonhou de novo. Assumo, mas ao meu lado, casa a casa, estará o povo aguerrido e vanguardista de Campina Grande. Eterna parceira da capital na construção do desenvolvimento estadual, a cidade cosmopolita injetará o oxigênio necessário para que o governo que agora se instala venha implantar, com a celeridade e inventividade intrínsecas ao seu povo, as medidas estruturantes que permitam ampliar a participação e liderança da Rainha da Borborema no bolo econômico, social e cultural da Paraíba. Será do alto da serra que respiraremos, olharemos e espalharemos os novos ventos para os outros municípios. Campina nos ajudou a chegar até aqui, agora o governo ajudará Campina a chegar até lá. Assumo, mas ao meu lado, chão a chão, estarão os irmãos e irmãs do sertão, do cariri, do brejo, do curimataú, do agreste, do seridó, da zona da mata e do litoral. Forjados nos ditames da natureza e deslizes dos homens, essa gente sofrida e altiva será convocada a manter acesa a chama da vitalidade secular, na defesa ininterrupta dos saberes e fazeres da zona rural. É do interior que vem a energia das cidades. É pra lá que devemos voltar nossas atenções e esforços, para que possamos extrair mais que promessas vãs. Será do nosso solo fértil e gentil que retiraremos formas criativas e sustentáveis de vivência e convivência. O governo que se inicia não terá apenas os pés no chão, mas na estrada, nas picadas, atravessando porteiras e pontes, numa permanente caravana de cidadania e ações. Não teremos mais terra a prazo, mas terra à vista. 05 Assumo, mas ao meu lado, testa a testa, estarão os governadores nordestinos, do meu ou de outros partidos, numa coesão vital ao fortalecimento e integração regionais. Só com essa fusão de pensamentos e atitudes poderemos valorizar recursos, reduzir prazos e potencializar plataformas públicas. A Paraíba, sozinha, não foi e não irá a lugar nenhum. Ela precisa ser inserida nesse balaio de desenvolvimento da nação nordestina, que cresce a índices internacionais e que não irá parar por aí. Esse pacto regional, de claros contornos federativos, não implica em divisão de forças ou esfacelamento político. Ao contrário, reequilibra, social e economicamente, o que historicamente nos é de direito. Desde sempre, antes de muitos, a Paraíba esteve presente, de forma altiva e consistente, na formação do povo brasileiro. Com diplomacia, mas com muita firmeza, estaremos cobrando nosso quinhão. Desejamos somar para dividir melhor. Assumo, mas ao meu lado, veia a veia, memória a memória, estarão lúcidos e guerreiros ancestrais, desde épocas remotas até a construção da moderna sociedade paraibana. O legado de homens e mulheres bravos e visionários nos acompanhará, pelo sangue dos viventes, na continuidade da formação de um Estado pleno de direitos, deveres e oportunidades amplas. A história que nos lapida será o melhor passaporte ao futuro. Será com essa linha de tempo, entre o ontem e o amanhã, que iremos costurar o tecido social do presente. Assumo, mas ao meu lado, mão a mão, estará o vice-governador Rômulo Gouveia, equilibrando a balança da geopolítica paraibana, ajudando a desenhar um novo cenário social e econômico para todas as regiões do Estado, com a imprescindível colaboração, vitalidade e experiência dos parlamentares eleitos para o Senado, Câmara e Assembléia. E aqui destaco especialmente o senador Cassio Cunha Lima. São com esses homens e mulheres do Poder Legislativo, integrados ao corpo técnico do Poder Executivo - que me auxiliará nessa hercúlea tarefa - que iremos estabelecer novas formas de relacionamento e governabilidade. Que as brigas eternas sejam enterradas no passado e as contendas políticas, forjadas no respeito comum, sejam reservadas ao curto calendário eleitoral. No resto do tempo, a Paraíba deve ser o ponto de aglutinação e empenho, labuta e celebração. Temos, a partir de hoje, o privilégio e os meios para repaginar os destinos de milhões de pessoas. Não fujamos dessa responsabilidade. 06 Assumo, mas estarão comigo, letra a letra, normas e princípios estabelecidos pelo senso comum, como norteadores, executores e guardiões da transparência, do ordenamento jurídico e dos ritos republicanos. Ao Poder Judiciário, ao Ministério Público e outras esferas judicantes caberá a responsabilidade no estabelecimento e cumprimento das regras constitucionais, numa simbiose de posturas legais e democráticas, contribuindo no equilíbrio e eficiência entre os poderes e suas aplicações. Afinal, este não será apenas um governo de 1.079.164 eleitores que sufragaram os vitoriosos, mas de 3.753.633 paraibanos, sem distinção política, partidária, econômica, sexo, cor, raça ou credos. Mais que uma frase banalizada, um governo de todos, por todos e para todos é premissa básica dos compromissos que assumimos, bem antes mesmo desde momento. É desse jeito que entendemos e fazemos política. É assim que a população exige. É dessa forma que trabalharemos, não importando quantos embates tenhamos que enfrentar ou quantos interesses venhamos a contrariar. A política dos grupelhos, do atalho, do favorecimento, do jeitinho e das ilicitudes acaba aqui. Fica, pois, decretado - como primeiro ato governamental - o restabelecimento do estado democrático de direito, com o poder popular assumindo seu papel na vanguarda do desenvolvimento coletivo. Assumo, mas estarão comigo, alma a alma, os homens e mulheres de boa vontade, os seguidores a Deus, de todas as religiões e até aqueles que não professam nenhuma delas. Com a força da fé e com o espírito cristão, o trabalho fluirá em benefício dos que mais precisam e rezam por isso há anos. A Paraíba não mais assistirá aos descalabros e sandices fundamentalistas dos subterrâneos da maldade. O Governo é laico, como prega a Constituição, e não admitirá que o povo de Deus seja perseguido, constrangido, impedido ou censurado em professar seus credos. Somos todos irmãos na busca pela paz e o bem comum. 07 Assumo, mas ao meu lado, linha a linha, take a take, estará a imprensa livre de minha terra. Os veículos de comunicação, tradicionais ou contemporâneos, que exercitem o verdadeiro jornalismo - fiscalizador, investigativo e íntegro - receberão o endosso da sociedade e o respeito do Governo. Aos Poderes constituídos não interessa, não tem utilidade estratégica e conceitual, uma imprensa servil ou raivosa, atrelada ou antagônica. Os dois lados da verdade, ponto e contra-ponto, devem ser claramente expostos, para discernimento e decisão da população. Não cabe ao Estado produzir opiniões, mas fatos. Da mesma forma que não convém à imprensa criar ou manipular fatos, mas estimular o conhecimento sobre os mesmos, gerando a opinião sólida, embasada, amadurecida e cidadã. Livre das mesquinhas amarras que um dia tentou-se espalhar sobre cabeças pensantes e espíritos irrequietos. O combativo e inovador jornalismo paraibano, que tantos nomes e exemplos tem dado ao país, será instigado a ampliar e consolidar sua histórica tarefa de “quarto poder”. Assumo, mas ao meu lado, dia a dia, sob a mesa de trabalho, estará o Plano de Governo que apresentamos durante a campanha, fruto da contribuição de centenas de pessoas e segmentos, ávidos por soluções inteligentes e sustentáveis, que restabeleçam o verdadeiro papel do Estado, em promover e ajudar o desenvolvimento geral, como agente meio ao desabrochar coletivo. As decisões intrínsecas às soluções dos problemas, sejam doces ou amargas, serão tomadas sem vacilos ou temores. Este não será um governo de “faz-deconta”. Este será um governo que prestará contas do que faz. Assumimos, portanto, todos nós, lado a lado, para podermos fazer o que precisa ser feito. Fazer o que as nossas consciências clamaram durante tanto tempo. Fazer o que as lutas democráticas nesse País acumularam por tantas jornadas. Fazer, prezados companheiros e companheiras, o que uma grande parte do povo paraibano espera desse governo: justiça social, desenvolvimento e democracia real. 08 A resposta a várias questões postas, a própria Paraíba nos deu nas últimas eleições. Entre tudo o que possamos e o que venhamos a fazer, a prioridade número 1 será a valorização da vida humana, em seus aspectos físicos e sociais. As áreas de segurança, saúde e educação estarão rotineiramente no pensamento e ação do governo, compondo um mutirão de ações permanentes e interligadas, em busca do tão sonhado equilíbrio social. Ganhamos as eleições não apenas por que tivemos 150 mil votos a mais, que me fizeram o governador mais votado da história da Paraíba. Ganhamos porque vencemos o debate programático, o debate das idéias e do caminho que a Paraíba precisa seguir. Ganhamos, porque vencemos o debate ético, ao rejeitar o vale tudo que alguns tentam transformar a democracia representativa. Vencemos as eleições porque fomos coerentes com a história de lutas do povo paraibano, a qual, sempre estive umbilicalmente ligado como militante das mais variadas causas sociais. Agora, na hora em que a Assembléia Legislativa da Paraiba empossa o novo Governador do Estado, eu vos digo: Vamos olhar, pensar e construir o futuro, a partir do presente, respeitando e aprendendo com o passado mas com a determinação de legar um Estado mais equilibrado socialmente aos milhões de paraibanos que cultivam esperanças de verem resgatadas tantas dívidas sociais acumuladas. Mas, esses avanços não virão através de mágicas ou decretos governamentais. Virão através de trabalho, muito trabalho, permeados de organização, perseverança e atos concretos que pavimentem a estrada do desenvolvimento humano, econômico e social. O primeiro passo, sem dúvida, é conquistar o equilibrio financeiro e fiscal do Estado. Nenhum ente da federação pode conviver com uma folha de pessoal que ultrapassa os 55% do total da receita arrecadada no Estado. Além de ilegal, passível de crime de responsabilidade, tal postura também é profundamente injusto em um Estado com tantas demandas sociais acumuladas e carente de muitas políticas públicas. Não fui eleito para governar uma folha de pessoal, principalmente uma folha que não reconhece os bons funcionários e é utilizada como instrumento eleitoral e partidário. 09 Vamos reequilibrar financeiramente o Estado pois esta é a única forma de voltar a respeitar o funcionalismo público, melhorar os salários e, principalmente, implantar as políticas para que a Paraíba se desenvolva com sustentabilidade e qualifique os serviços públicos. Cortarei gastos que precisem ser cortados, extinguirei privilégios inaceitáveis, suspenderei contratos que sejam prejudiciais aos interesses do Estado, economizarei nas atividades-meio para sobrar dinheiro para ser investido nas atividades de ponta que estejam mais próximas das necessidades reais da população paraibana. Implantarei um sistema de gestão pública baseada em metas sociais a serem perseguidas tempo a tempo e que permitirão que cada pessoa que esteja com responsabilidades dentro do Governo seja avaliada e cobrada, visando melhorar a administração pública com agilidade e modernização. Isso será construído conforme a nossa realidade e aprenderemos com os nossos erros e acertos mas essa balança terá de ser positivada. O Estado buscará conjugar o verbo Desenvolver em todos os momentos, de uma forma até obsessiva. Criaremos, já a partir dessa segunda-feira, o programa de geração de renda do povo paraibano. O EMPREENDER PARAÍBA vai mudar a história do desenvolvimento da micro-economia em nosso Estado. Em vez da omissão, o micro-crédito, a assistência técnica e a solidária parceria para construir caminhos de escoamento da produção. Aprendemos com João Pessoa que era possível o Poder Público fazer geração de renda em proporções impactantes para o restante da economia, ampliando poder de consumo e ativando outras cadeias produtivas. Seguiremos o mesmo caminho no Estado. Quero dizer ao setor produtivo de nosso Estado que o Governo será um parceiro ousado, inquieto, comprometido com as grandes metas de desenvolvimento, inclusive aquelas que ultrapassem o nosso período de governo e quero chamá-lo a, cada vez mais, acreditar na Paraíba. 10 Nessa hora, em que me invisto como governador do Estado, reafirmo a minha fé inabalável no poder da Educação como instrumento transformador de qualquer realidade, ou melhor, só teremos avanços em nossa realidade social e econômica através da melhoria e qualificação de nossa educação. Conto com os professores e funcionários do universo educacional para levarmos adiante a mais importante tarefa de um governo: educar o seu povo. Sei perfeitamente dos desafios que cercam a problemática situação da segurança pública. O meu primeiro compromisso será garantir a despartidarização das polícias. Nenhum delegado será transferido, sem motivos, por causa de alguma ingerência política. Nenhum policial será promovido que não seja pelo acúmulo de seus méritos. Determinei ao Secretário de Segurança Pública que acabe com os desvios de função existentes aos milhares. O povo quer sentir a presença do bom policial ao seu lado, nas ruas, para proteger a sociedade e cumprir o seu papel. Reconheço que os profissionais da segurança pública, em boa parte, não recebem as remunerações mais adequadas mas todos ou, quase todos eles, sabem que não se eleva salário com demagogia eleitoreira. Os senhores, policiais civis ou militares, jamais verão o governador Ricardo Coutinho com enganação. Quem respeita, não engana. Eu respeito. A violência que campeia nosso Estado, porém, não será extinta por decreto, do dia para a noite, mas aos poucos, no compasso da implantação de políticas públicas de segurança e avanços sociais. A segurança pública precisa existir em função da construção de uma cultura da paz. A paz que desejamos será construída dia a dia, com a integração entre Estado e povo. Lutar contra as drogas, espalhar programas de inclusão social, valorizar a educação, incentivar o surgimento de empregos, entre outras ações, serão vitais na construção de tempos mais pacíficos. 11 Temos metas a espalhar e atingir por todos os campos, cantos e recantos desta terra. Temos pressa e urgência. Temos carências e vontades. Teremos que semear democracia para solidificar essas intenções. Democracia que passa, por exemplo, pelo estabelecimento do Orçamento Democrático, experiência exitosa em João Pessoa e que chegará a todo o Estado, com o povo decidindo e definindo as prioridades de ações do Governo. Esse empoderamento da população servirá para extinguir o domínio imperial dos governantes, que nada mais são que servidores públicos, com uma missão a cumprir e não um trono a perpetuar. Em suma, paraibanos e paraibanas, o que as urnas vislumbraram na teoria agora se materializa na prática. Tem início um governo voltado para a valorização humana, com suas diversidades e conflitos, que nos unem e moldam. Ao poder público caberá o papel de incentivador, de estimulador do crescimento mútuo e não o de propulsor de campanhas eleitorais ou de culto à personalidade. Aos governantes, será reservada a tarefa de disseminar oportunidades de vida a todos e todas, com o único propósito de melhorar a sociedade paraibana. Portanto, os compromissos que assumimos agora, no momento em que o Brasil ganha a sua primeira presidente mulher, Dilma Rousseff, e a Paraíba ganha sua primeira Comandante de Batalhão da Policia Militar, a T Cel Socorro, do Batalhão de Trânsito da PM, são inabaláveis e permanentes, fazendo do trabalho, da criatividade e sintonia com a população o combustível a movimentar a máquina. O futuro chegou, senhoras e senhores. Abrimos aqui a janela do amanhã, deixando penetrar em nossas vidas os raios promissores do primeiro sol das Américas. Sejam bem-vindos ao século XXI! Que a fartura nos venha em dádiva. Que sejamos dignos da Paraíba! 12 E, como diria o grande poeta de Araruna, Peryllo Doliveira, em seu poema “Ode”: “(...) Terra escrava do sol Sofreste, mas guardaste nas entranhas invioladas A vida verde da paisagem e o sabor dos teus frutos selvagens. E esperaste, esperaste humildemente. E agora ostentas nos teus ombros de montanhas E estendes pelas quebradas, pelos tabuleiros vastos O manto real da glória que esperaste. E breve esplenderás na fartura das safras, Enriquecerás os lares com o ouro honesto das espigas. Terra esquecida do Nordeste queimado de sol, Que te flagelas ao martírio lento das soalheiras (ah, tão lento!) Quem já sofreu a tua fome e a tua sede Vê nesta alegria com que recebes as chuvas que te fecundam A condição divina do teu sofrimento”. Viva o povo paraibano! Obrigado!

com informações de Wellington Farias.

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Paraíba já teve 90 governadores em 425 anos de história




A Paraíba, desde sua fundação em 1585, teve até agora com a posse de Ricardo Vieira Coutinho, cerca de 90 governos entre titulares e os substitutos (vices, presidentes da AL, do TJ). Houve ainda duas juntas governativas logo depois da Proclamação da República, em 1889. Lauremilia Lucena, vice-governadora no 1º mandato do governador Cássio Cunha Lima, é a única mulher até agora a assumir o cargo e a ser governadora por alguns dias.

Veja a lista dos Governantes da Paraíba da sua fundação até antes da República:

1585-1588. João Tavares
1588-1591. Frutuoso Barbosa
1591-1592. André de Albuquerque
1592-1600. Feliciano Coelho de Carvalho
1600-1603. Francisco de Sousa Pereira
1603-1605. André Albuquerque
1605-1608. João Barros Correia
1608-1612. Francisco Coelho de Carvalho
1612-1616. João Rabelo de Lima
1616-1620. Francisco Nunes Marinha de Sá
1620-1623. João de Brito Correia
1623-1627. Afonso França
1627-1634. Antonio Albuquerque


1655- Primeiro governador após a expulsão dos holandeses, foi João Fernandes Vieira. Um dos chefes mais notáveis do movimento restaurador em Pernambuco. Encontrou a Paraíba na miséria. É inegável que empregou esforços para a reconstrução da colônia, procurou estabelecer a agricultura e aparelhar engenhos desenvolvendo assim a agricultura. No seu governo voltaram a Paraíba os monges beneditinos dirigidos por Francisco Paulo do Espírito Santo, encontrando seu mosteiro em ruínas, foram residir em casas até a reconstrução do mosteiro.


1657- Capitão-mor Matias de Albuquerque Maranhão. Sua administração assinala o período de reconstrução da Paraíba, com extraordinário zelo e melhorou as fortificações da capitania.
1662- João Rego Barros. Desenvolvimento da cana de açúcar, determinou que o açúcar fosse remetido ao reino e não a Pernambuco como vinha sendo feito.


1670- Luis Nunes de Carvalho. Fez excelente administração.
1673- Inácio de Carvalho. Não foi bem sucedido como seu antecessor.
1675-Manuel Pereira de Lacerda. Organizava empresa e bandeiras com o objetivo de dominar os índios e conquistar os sertões.
1678- Alexandre de Sousa Azevedo. No seu governo falece a maior figura da Paraíba André Vidal de Negreiros.


1684- Antonio da Silva Barbosa. No governo houve um surto de febre amarela denominada de Bicha, que dizimou grande parte da população.
1687- Amaro Velho Ciqueira. Decreta que o açúcar seja vendido livremente nos comércios.


1692- Manuel Nunes Leitão. Uma seca assola a Paraíba, não sendo favorável a sua administração. Funda a povoação litorânea de Mamanguape, sendo seu Primeiro donatário Duarte Gomes da Silveira. Ainda na sua gestão é fundada as cidades de Guarabira e Pombal.


1697- Manoel Soares Albergaria. Regulou a situação do fumo na Paraíba. É fundada Campina Grande que se chamou antes Vila Nova da Rainha.


1700- Francisco de Abreu Pereira. Eleva-se o número de 50 soldados para cada capitania. Fundada a cidade Cruz do Espírito Santo, nesse lugar deu-se uma violenta batalha entre paraibanos e holandeses. São punidos os negros fugidos de Palmares.


1703- Fernando de Barros Vasconcelos. Proíbe a indústria de sal.


1708- João da Mata da Gama. Manda construir a Casa da Pólvora que é concluída em 1710, recebe a visita de Dom Manuel Álvares da Costa, bispo da capitania de Pernambuco.


Foram 27 governos da fundação da Paraíba à Proclamação da República.


Agora, veja a relação dos Governos da Paraíba a partir da Proclamação da REPÚBLICA no ano de 1889. Um total de 56, já incluindo o governador Ricardo Coutinho.


1889. Junta Governativa - JUNTA GOVERNATIVA


-Ten-coronel Honório Cândido Ferreira Caldas.
- Antônio da Cruz Cordeiro Senior.
- Cap. de engenheiros João C.de Oliveira Cruz.
- Comandante Tomás de Aquino Mindelo.
- Capitão Manoel Alcântara de Sousa Cousseiro.
- Manoel Carlos de Gouveia.


1889-Venâncio Augusto de Magalhães Neiva - PRESIDENTE.

1891-1892. Junta Governativa - JUNTA GOVERNATIVA.
-Coronel Cláudio do Amaral Savaget.
-Eugênio Toscano de Brito.
-Joaquim Fernandes de Carvalho.


1892- Álvaro Lopes Machado. - PRESIDENTE.
1892- 1896. Álvaro Lopes Machado. - PRIMEIRO PRESIDENTE CONSTITUCIONAL.
1896- Padre Walfredo Leal. - SUBSTITUTO.
1896- 1900. Antônio Alfredo da Gama e Melo.-PRESIDENTE.
1900- 1904. José Peregrino de Araújo. - PRESIDENTE.
1905- 1908. Monsenhor Walfredo Leal. - VICE-PRESIDENTE.
1908- 1912. João Lopes Machado. - PRESIDENTE.
1912- 1915. João Pereira de Castro Pinto. - PRESIDENTE.
1915- 1916. Cel. Antônio da Silva Pessoa. -VICE-PRESIDENTE.
1916- Sólon Barbosa de Lucena. - PRESIDENTE.
1916- 1920. Francisco Camilo de Holanda. - PRESIDENTE.
1920- 1924. Sólon Barbosa de Lucena. - PRESIDENTE.
1924- 1928. João Suassuna. - PRESIDENTE.
1928- 1930. João Pessoa Cavalcanti. - PRESIDENTE.
1930- Álvaro Pereira de Carvalho. - SUBSTITUTO.
1930-1932. Antenor da França Navarro. - INTERVENTOR.
1932-1935.Gratuliano da Costa Brito. - INTERVENTOR.
1935-1940. Argemiro de Figueiredo. – GOVERNADOR E INTERVENTOR.
1940-1945. Ruy Vieira Carneiro. - INTERVENTOR.
1945-Samuel Vital Duarte. - INTERVENTOR.
1945-1946. Severino Montenegro. - INTERVENTOR.
1946-Odon Bezerra Cavalcanti. - INTERVENTOR.
1946-1947. José Gomes da Silva. - INTERVENTOR.
1947-1950. Osvaldo Trigueiro de A. Melo. - GOVERNADOR.
1950-1951. José Targino. - VICE-GOVERNADOR.
1951-1953. José Américo de Almeida. - GOVERNADOR.
1953-1954. João Fernandes de Lima. - VICE-GOVERNADOR.
1954-1956. José Américo de Almeida. - GOVERNADOR.
1956-1958. Flávio Ribeiro Coutinho. - GOVERNADOR.
1958-1960. Pedro Moreno Gondim. - VICE-GOVERNADOR.
1960-1961. José Fernandes de Lima. - PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.
1961-1966. Pedro Moreno Gondim. - GOVERNADOR.
1966-1971. João Agripino. - GOVERNADOR.
1971-1975. Ernani Sátiro - GOVERNADOR ELEITO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.
1975-1979. Ivan Bichara Sobreira. - GOVERNADOR ELEITO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.
1979-1983. Tarcísio de Miranda Burity. - GOVERNADOR ELEITO POR COLÉGIO ELEITORAL.
1982-Clovis Bezerra Cavalcanti - VICE-GOVERNADOR.
1983-1986. Wilson Leite Braga. - GOVERNADOR ELEITO.
1984-Almir Carneiro da Fonseca – PRESIDENTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
1986-Rivando Bezerra Cavalcanti. - PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
1986-1987. Milton Cabral. - GOVERNADOR ELEITO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.
1987-1991. Tarcísio de Miranda Burity. - GOVERNADOR ELEITO.
1991-1994. Ronaldo José da Cunha Lima - GOVERNADOR ELEITO.
1994-Cícero Lucena - VICE-GOVERNADOR.
1988-Miguel Levino de Oliveira Ramos - PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
1995 - Antônio Marques da Silva Mariz - GOVERNADOR ELEITO. 18/10/1995 –
1998-José Targino Maranhão. - VICE-GOVERNADOR.
1996-Antônio Elias de Queiroga - PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
1999-2002. José Targino Maranhão - GOVERNADOR ELEITO.
2002-Roberto Paulino - VICE-GOVERNADOR.

Obs. O então presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Marcos Souto Maior, também assumiu por alguns dias o governo.

2003-2007 - Cassio Cunha Lima ( Cássio Cunha Lima, ganhou as eleições e assumiu o governo mais uma vez, até ser afastado por determinação do julgamento do TSE, deixando o governo em feveriro do ano de 2009)

Maria Lauremilia Assis de Lucena, foi a Vice-governadora no primeiro governo de Cássio. Até hoje a única mulher a ser vice-governadora e a assumir o governo por algum tempo.

José Lacerda Neto, Vice-Governador no segundo governo de Cássio. Neste governo o então presidente do Tribunal de Justiça, Antonio de Pádua Montenegro assumiu o governo por alguns dias, além do então presidente da Assembléia Legislativa, deputado Arthur Cunha Lima.

18 de feveiro de 2009 - Assume o então senador José Targino Maranhão, segundo mais votado nas eleições, e governou a Paraíba até 31 de dezembro de 2010. Neste período o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Luiz Sílvio Ramalho Júnior e o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ricardo Marcelo, também governaram por alguns dias.

Ricardo Vieira Coutinho assume neste 1º de janeiro de 2011 e governará até 31 de dezembro de 2014. O Governo que começa agora é o 56º desde a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.



Pesquisa do jornalista Josélio Carneiro
Portal Correio