Até agosto deste ano, apenas 25 cidades da Paraíba haviam realizado pedido de adesão ao Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) que possibilita aos municípios acessar recursos federais para investimentos na área de Segurança Alimentar. Esses são os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Comunicação da Paraíba, estado com 223 municípios. Nesta quinta-feira (16), é celebrado o Dia Mundial da Alimentação.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), desde 2009 que não há dados atualizados sobre o número de pessoas com fome na Paraíba.
Naquele ano, o IBGE contabilizou 600 mil pessoas (em torno de 19% da população da época) que estavam nessa situação, o que, conforme o MDS, pode ter diminuído drasticamente até 2014, acompanhando um levantamento divulgado em 16 de setembro deste ano, em Roma, pela Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO - em inglês).
O Brasil tem 3,4 milhões de pessoas com fome, o que representa 1,7% da população. Apesar dos números ainda assustarem, o país conseguiu sair do mapa da fome no mundo, reduzindo em 84,7%, entre 1990 e 2014, a quantidade de pessoas em vulnerabilidade alimentar, segundo dados divulgados pelo MDS, a partir dos resultados da FAO.
O que pode ter diminuído a fome na Paraíba
O MDS aponta como razões para a queda estimada (ainda não contabilizada) da fome na Paraíba, o Bolsa Família, que chega a 520 mil famílias do estado; a distribuição de cisternas e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano e executado pela Emater.
De acordo com a Sedh, cerca de 2,2 mil pequenos agricultores cadastrados no PAA, em aproximadamente 130 cidades, vendem produtos para o Governo Federal, que doa para escolas, presídios e restaurantes populares. Esses locais distribuem cerca de 6,1 milhões de refeições por mês para 137,8 mil pessoas, atendendo àquelas em situação de vulnerabilidade social e econômica na Paraíba.
O presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar no estado, Arimatéia França, disse ao Portal Correioque 76% do valor do Bolsa Família recebido pelos beneficiários do programa é utilizado para a compra de alimentos.
“Apesar da seca e das favelas nas grandes cidades do estado, os programas sociais têm auxiliado muito na redução da fome no Brasil e na Paraíba. O Bolsa Família e o PAA, por exemplo, com certeza devem ter tirado uma grande parcela dessas 600 mil pessoas da vulnerabilidade alimentar na Paraíba nesses cinco anos”, disse Arimatéia.
Portal Correio
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