quarta-feira, 4 de março de 2015

Aposentada paraibana procura três irmãos que não vê há 70 anos

Luzinete da Silva, que nasceu Luzia Alves da Silva, fugiu para Maceió com um companheiro quando ainda era jovem; irmãos procurados foram adotados por outras famílias

Reprodução
Dona Luzinete quer realizar 'último desejo' da vida
A aposentada paraibana Luzinete da Silva, de 84 anos, atualmente moradora de Maceió, Capital de Alagoas, veio a público, por meio de vídeo compartilhado na internet (confira abaixo), tentar fazer aquele que considera como o último desejo da vida: encontrar os três irmãos que não vê há 70 anos.

Luzia Alves da Silva (nome que tinha antes de se mudar para Maceió, onde obteve documento de identidade, já que até então não tinha), nasceu em 1930, em um sítio localizado nas proximidades do município de Araruna, no Agreste da Paraíba, a 165 km de João Pessoa. Ela perdeu a mãe com apenas seis anos de idade. O pai dela, então, a partir desse momento, resolveu dar os filhos para adoção. Luzia foi adotada pela madrinha, Maria Borges. Os irmãos dela, Adelina Alves da Silva, Feliciana Alves da Silva e José Alves da Silva foram direcionados a outras famílias.

Luzia passou a viver com a nova mãe em Campina Grande, nas proximidades da Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição, pelo que ela pôde lembrar, em conversa com a redação do Portal Correio.

“Eu era muito danada e não queria saber muito de estudos na época. Por causa disso, Maria Borges me mandou, quando eu tinha 12 anos, para João Pessoa, onde passei a estudar no colégio interno Bom Pastor”, contou Luzinete (Luzia). Ela disse que ficou na instituição até os 17 anos, quando teve que passar por uma cirurgia de apendicite e, segundo ela, ficou entre a vida e a morte.

Passado o susto, ela se recuperou e, entre os 18 e 19 anos, conheceu e se apaixonou por um caixeiro viajante (comerciante que vendia produtos de casa em casa). Ele era de Alagoas. E foi para lá que o casal fugiu para se aventurar em uma história de amor.

“Na época, minha mãe adotiva reclamou muito da minha atitude. Ela disse que eu passaria fome, dormiria no chão e sofreria muito. Eu não dei atenção e segui meu destino. Mas, no fim das contas, ela tinha razão. Tudo que ela falou aconteceu e minha vida foi muito sofrida”, contou a aposentada, emocionada. Desde então, ela perdeu contato com a mulher que a adotou e a acolheu. Hoje em dia, Luzinete reconhece que foi imatura e que a vida poderia ter sido melhor se tivesse ouvido os conselhos.

Ela, no entanto, não se mostra arrependida das decisões. Com o companheiro, com quem nunca chegou a se casar oficialmente, teve seis filhos, tendo dois deles falecido ainda crianças. Dos quatro que chegaram à vida adulta, Luzinete ainda tem três filhas, pois o filho faleceu. Para sustentá-los, ela trabalhou como lavadeira, profissão que já não exerce mais.

O caixeiro, conforme ela conta, faleceu nos braços dela. Depois da morte dele, ela se casou novamente, desta vez de forma oficial, com mais de 50 anos. O segundo homem da vida dela também morreu, deixando-a viúva, mas a criação dos filhos já estava encaminhada. As três filhas de dona Luzinete são professoras, conta a mãe, orgulhosa. Ela também tem quatro netos e cerca de seis bisnetos.

Com o avançar da idade, Luzinete disse à família que tinha desejo de reencontrar os parentes antes de morrer. Foi então que duas das filhas, Luciene e Jaqueline, tiveram a ideia de gravar um vídeo para que a aposentada contasse a história. Na filmagem, ela é entrevistada por um neto.

Quem tiver alguma informação sobre os parentes de dona Luzinete, pode entrar em contato com a família pelo número (82) 8119-7009 e falar com a filha, Luciene.
Confira abaixo o vídeo com o depoimento de dona Luzinete:

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