sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Marina diz que desconhecia ilegalidade sobre jato


Candidata do PSB afirmou que não sabia de irregularidades envolvendo avião usado em campanha e que espera investigações da PF. Reafirmou o discurso em favor de uma “nova política” e minimizou divergências com o vice Beto


TV Globo
Marina: a verdade não virá pelas mãos do partido e nem pela imprensa, mas pela investigação da Polícia Federal
Em entrevista ao Jornal Nacional,
da TV Globo, a presidenciável
do PSB, Marina Silva, afirmou
 nesta quarta-feira (27) que
desconhecia qualquer ilegalidade
 referente aos proprietários
do jato utilizado por Eduardo Campos e por ela na campanha eleitoral.
Após a morte do ex-governador de Pernambuco e de mais seis pessoas
 na queda do avião no último dia 13, surgiram várias suspeitas envolvendo
 a compra e venda do jato, incluindo a de caixa dois de empresários
ou do PSB. De acordo com reportagem do próprio Jornal Nacional,
o Cessna que caiu em Santos (SP) foi pago por meio de empresas fantasmas.
“Tínhamos informação de que era um empréstimo e que seria
 feito ressarcimento no prazo legal pelo comitê financeiro
 do candidato até o encerramento da campanha. Não tinha
 informação quanto a qualquer ilegalidade referente à postura
 dos proprietários do avião. As informações que tínhamos
eram aquelas referentes à forma legal de adquirir o
provimento desse serviço”, disse Marina.
As despesas com o avião não apareceram na primeira
prestação de contas da campanha do PSB à Justiça eleitoral.
“Além das informações prestadas pelo partido [PSB], há
uma investigação da Polícia Federal (PF). O nosso interesse
 e a nossa determinação é que essas investigações sejam feitas
 com todo rigor para que a sociedade possa ter os esclarecimentos
e para que não se cometa injustiça com a memória de Eduardo”.
O apresentador do telejornal, William Bonner, afirmou que a
candidata respondeu usando o discurso da “velha política”,
 pelo qual políticos quando alvos de suspeitas de irregularidades
 sempre afirmam que não sabiam de nada e que tudo tem que ser
investigado. Segundo ele, isso contrariava o discurso da candidata
 em favor de uma “nova política”.
Marina negou repetir o discurso da “velha política”. “Esse meu
 discurso é o que tenho utilizado para todas as situações,
inclusive quando envolvem meus adversários. Não como
retórica mas como desejo de quem, de fato, quer que as
investigações aconteçam. O meu compromisso e o compromisso
 daqueles que querem a renovação da política é com a verdade.
A verdade não virá pelas mãos do partido e nem pela imprensa,
mas pela investigação da Polícia Federal. Isso não tem nada a ver
 com querer tangenciar ou se livrar do problema. Pelo contrário.
Isso é enfrentar o problema para que a sociedade possa, com
transparência, ter acesso às informações”.
A ex-senadora, que era candidata a vice na chapa encabeçada
 por Eduardo Campos, disse ter o mesmo “rigor ético” que exige
 dos seus adversários. “O serviço [do avião] estava sendo
 prestado por meio de empréstimo que seria ressarcido pelo
 comitê financeiro. Em relação à postura dos empresários
e os problemas agora identificados, eu, como todos os brasileiros,
 estou aguardando. Não uso dois pesos e duas medidas. A régua
com a qual meço meus adversários é a que uso primeiramente comigo”.
Acre
A candidata do PSB também foi questionada pela apresentadora
Patrícia Poeta sobre seu fraco desempenho em seu berço político,
o Acre, nas eleições de 2010, quando também disputou a presidência.
 Ela ficou atrás de José Serra (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT).
“Você talvez tenha um certo desconhecimento do que significa ser
senadora na situação em que eu fui. É muito difícil ser profeta
em sua própria terra porque às vezes a gente tem de confrontar
interesses. Desde os meus 17 anos, tive de confrontar interesses
no meu estado, ao lado de pessoas que se posicionaram em
 defesa dos índios e seringueiros, da ética na política, da justiça.
Não sou filha de político tradicional e nenhum empresário. Não
é culpa dos acrianos mas das circunstâncias”, disse Marina.
Divergências com o vice
Questionada sobre suas divergências com o candidato a vice
em sua chapa, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB),
Marina afirmou que a “nova política sabe trabalhar nas diferenças”
 e negou que a união com o parlamentar gaúcho seja uma mera
“conveniência eleitoral”. O apresentador William Bonner
citou como exemplos de divergência células-tronco
embrionárias e sementes transgênicas.
“Há uma lenda de que sou contra os transgênicos, mas isso não é verdade.
 Eu defendo um modelo de coexistência em que existam áreas com transgênicos
 e áreas livres de transgênicos. No Congresso não passou a proposta
da coexistência”, disse Marina, que foi ministra do Meio Ambiente.
 No Congresso, Beto Albuquerque foi um dos principais articuladores
da aprovação da medida que permitiu o plantio da soja transgênica
e defendeu pesquisas com células-tronco. Ela concluiu que, se eleita,
 não tentará a reeleição em 2018.

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