sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Greve da Anvisa prejudica Porto de Cabedelo e navios podem ir para o Recife

Grevistas pararam completamente atividades após acordo entre o Porto e Angevisa

 O Porto de Cabedelo já começa a sentir os efeitos negativos da greve dos servidores da Anvisa e da Receita Federal. A paralisação começou dia 18 e até a ultima terça-feira, 31, a Anvisa mantinha o efetivo legal de 30% da força de trabalho. A questão se complicou quando o porto firmou um convenio com a Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Angevisa). Os grevistas não gostaram e então decidiram parar totalmente as atividades. Só estão sendo liberados carregamentos de produtos essenciais ou perecíveis.

Segundo o coordenador de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados do Estado da Paraíba (CVPAFPB), Francisco das Chagas, existem dois navios que estão precisando atracar, mas como eles não seguem essas prerrogativas, já que um é de cimento e outro de petcoke (resíduo de petróleo usado para alimentar caldeiras), estão correndo o risco de não conseguir liberação. “Na próxima segunda-feira teremos uma reunião para ver se conseguimos contornar essa situação. Estamos apostando no poder do diálogo para não prejudicar o estado”, torce.

Chagas não é o único a temer os efeitos negativos da radicalização do movimento grevista. De acordo com o presidente da Companhia das Docas da Paraíba, empresa que administra o local, Wilbur Jácome, a greve acontece em um momento bastante delicado em que metas de produtividade estão sendo buscadas, além disso, os navios que não conseguirem atracar aqui vão buscar outros portos, o que gera prejuízos para o estado. “Estamos vivendo um momento de produtividade, estávamos quase batendo as metas e com a greve estamos sendo prejudicados. Por exemplo, tem um navio da Votorantim para atracar e deu muito trabalho para trazê-lo para cá, mas se ele não conseguir atracar aqui, ele vai para Recife”, detalha Jácome.

Para carregar ou descarregar embarcações é necessário o documento de Livre Prática emitido pelo órgão, sem ele as mercadorias continuam presas nesses locais sem poder descer a terra. “O porto depende diretamente do trabalho da Anvisa, já que é ela que libera a atracação”, explica. Além disso, os agentes são responsáveis por controlar o fluxo de pessoas a bordo e liberar o abastecimento dos navios.

Em junho o Porto de Cabedelo conseguiu aumentar em 93% a sua movimentação em relação ao ano passado. A meta de julho, que era de 10%, foi prejudicada por conta da greve e o crescimento ficou em menos de 5%. Vários portos brasileiros também já estão contabilizando prejuízos.
Monica Melo
WSCOM Online

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