Panfletos anônimos e ilegais atacando a religiosidade de Ricardo Coutinho são jogados em ruas de João Pessoa

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Panfletos sujaram a cidade e deixaram um clima de “vale tudo” no pleito. | | Vários bairros de João Pessoa amanheceram nesta quarta-feira (27) cobertos de “panfletos apócrifos” (sem autoria definida) contra o candidato de oposição ao Governo da Paraíba, o ex-prefeito pessoense Ricardo Coutinho (PSB). Os panfletos diziam que o socialista fez um pacto com as “forças do mal” e que ao colocar “estátuas pagãs em entroncamentos de João Pessoa” consagrou a cidade a Satanás. Ninguém assumiu a autoria da ação, mas o ato deixou um clima de "vale tudo" na reta final das eleições estaduais.

Num papel de boa qualidade e com impressão igualmente de qualidade, o panfleto traz um pequeno texto que tenta ligar Ricardo à movimentos satânicos e diz que isto é resultado de uma ação de Mãe Renilda, classificada como sendo “orientadora espiritual” do candidato.

O encarte ainda traz várias fotos das estátuas colocadas por Ricardo em praças e contornos da cidade na época em ele era prefeito, mas muda os nomes destas para tentar ligá-las aos “contornos demoníacos” descritos no texto. Assim, até uma estátua que originalmente faz menção a Nossa Senhora e que está posta na entrada de Mangabeira foi rebatizada pelos autores do panfleto como sendo “Infeliz das Costas Ocas”.

Por fim, o texto convoca os “cristãos e filhos de Deus” a não permitir que Ricardo Coutinho vença a eleição, porque segundo eles o candidato estaria disposto a fazer o mesmo em toda a Paraíba se fosse eleito governador.

Uma moradora do bairro de Tambaú, que prefere não ser identificada, diz que “deixou a rua limpa quando foi dormir”, mas que ao acordar a encontrou tomada por papeis e lixo. “Isto é um absurdo que só deixa a cidade ainda mais suja”, criticou.

Os panfletos, inclusive, são ilegais e atentam contra as regras da justiça eleitoral, que proíbe “propaganda eleitoral” sem estar identificada com o CNPJ e o nome da coligação que a produziu.

Já se sabe que foram encontrados panfletos parecidos em Manaíra e Mangabeira, nas avenidas Ruy Carneiro, Epitácio Pessoa e Beira Rio e o no entorno do Campus I da Universidade Federal da Paraíba.

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